O yoga, por ter como objetivo desvelar nossa verdadeira identidade oferece além dos preceitos éticos, uma série de ferramentas que nos dão mecanismos e nos auxiliam a aquietar a mente e perceber no silêncio sublime de nossos corações uma realidade íntima que está além do nosso pensar e sentir.
Embora o que vem à cabeça quando se pensa em yoga, na maioria dos casos, principalmente no ocidente, sejam pessoas com corpos flexíveis, fortes, saudáveis e fazendo verdadeiros contorcionismos, podemos perceber, com o que já relatamos até aqui, que o yoga é muito mais que meramente exercícios físicos. De qualquer maneira, o yoga utiliza o corpo e a mente como instrumentos para sua prática e realização, ou seja, para descobrir e acessar quem somos.
Os asanas, as posturas do yoga, é o terceiro passo de um conjunto de ferramentas extremamente profundas utilizadas pela tradição do Yoga. O significado de asana é sentar e, em sentido mais profundo, significa sentar em si mesmo. Ou seja, é uma postura firme, confortável em que permite você fechar os olhos e descansar na sua verdadeira natureza que jaz silenciosamente no mais intimo de seu coração. E esse tipo de postura pode acontecer sentado e até mesmo, deitado. Ou seja, fazer asana, com essa abordagem, torna-se acessível a quase, se não, todas as pessoas.
Os asanas, como percebemos hoje, tem origem muito recente comparado com os aproximados 5000 anos da tradição do Yoga, surgiram na idade média, há aproximadamente 500 anos. Os asanas, como as variadas posturas feitas com o corpo, tem uma grande importância para a promoção e manutenção da saúde:
· Auxiliam a desintoxicar o corpo de uma forma muito intensa permitindo o bom funcionamento do organismo, a purificação das células e a livre circulação da energia vital, prana;
· Aumenta a flexibilidade, força e tônus muscular;
· Permite ter domínio e maestria de nosso corpo, preparando para ficar sentado em meditação;
· Em aspectos mais profundos podemos afirmar que tudo que fazemos com o corpo, tem forte influência em estados mentais e emocionais. Ou seja, uma postura que requer equilíbrio e força, nos permitirá ser mais equilibrados emocional e mentalmente além de facilitar ter mais foco, poder de concentração e realização. Hoje é sabido pela ciência que as emoções interferem na saúde física, sendo assim, o contrário também é verdadeiro: através de novas posturas físicas nos permitimos intimamente ter novas postura e novos padrões emocionais, de pensamento e de comportamento.
Por utilizar também o corpo como um instrumento na prática do autoconhecimento, diz-se no yoga que a ação acontece do denso para o sutil. No final da sequência de asanas é adotado, pela maioria dos professores de Yoga, o Yoga Nidra, o relaxamento consciente. É o momento onde há o abandono, a descontração, o desligamento, o relaxamento e descanso profundo e consiente do corpo. O corpo e a mente entram em um estado de descanso tal absorve de forma mais intensa os benefícios psicofísicos das posturas, libera as tensões e o organismos recupera o bom funcionamento. O resultado é uma sensação de profundo bem-estar e descanso. É um dos relatos mais positivos para os portadores de ataxia, junto com o Pranayama e Meditação, que falaremos a seguir.
Para concluir essa parte, gostaria de ressaltar uma passagem do Gheranda Samhita, uma das escrituras de estudo da filosofia do Yoga: "Há tantos asanas quanto as espécies de criaturas vivas do Universo." Ou seja, não há asana que não seja perfeito e há um asana para todos, inclusive para os que apresentam alguma limitação física. Yoga é para todos.
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