Antes de Tudo – Os Preceitos Éticos do Yoga

segunda-feira, 27 de agosto de 2012 0 comentários
     No oriente, os dois primeiros passos (angas) do yoga, são de grande importância para um Yogui, aquele que pratica o yoga, ser iniciado nessa milenar tradição. Trata-se dos Yamas e os Niyamas, ou seja, os preceitos éticos do yoga ou as atitudes prévias à sua prática.
Esse assunto, embora pouco explorado no ocidente, é de tanta importância no yoga que, em alguns casos no oriente, antes de um Yogui receber ensinamentos dos demais passos do yoga, precisa praticar durante anos e até mesmo décadas os yamas e niymas com dedicação, esforço e afinco. Tudo para se tornarem “dignos” e “merecedores” do conhecimento do yoga e assim fazem uso ético do que aprendem. Isso se deve, também, ao fato de muitos praticantes, em não raras vezes, dominarem de tal modo seu corpo e a energia vital (prana) que adquirem poderes paranormais (siddhis) e conseguem, acreditem, materializar objetos, estar em dois lugares ao mesmo tempo e influenciar de forma direta pensamentos alheios, dentre outros, ou seja, são poderes que, se não formem usados por pessoas que sigam determinados preceitos éticos, podem causar consequências desastrosas para si mesmas e, também, para outros.
Os yamas são as restrições, aquilo que de certa forma regra nosso comportamento com um determinado padrão, são como os votos do Yogui:

·         Não violência (Ahimsa) – não causar e, principalmente, não ter a intenção de causar, estimular ou aprovar a violência, a dor ou o sofrimento a nenhum ser vivo, ou seja, não ferir e nutrir compaixão;
·         Verdade (Satya) – ser verdadeiro consigo mesmo, falar a verdade, fazer bom uso da palavra, sem causar dano ou prejuízo a ninguém, ou seja, falar com paciência e temperança;
·         Não roubar (Asteya) – Além de não roubar pode ser interpretado como não pegar nada que não lhe for oferecido. Em um sentido ainda mais profundo pode ser tido como ser honesto. Ser honesto com os outros, mas principalmente em ser honesto consigo mesmo, com a própria consciência e com o próprio coração.
·         Moderação (Brahmacharya) – moderação na dieta, na sensualidade e nos instintos sexuais;
·         Ter o suficiente (Aparigraha) – ter apenas o suficiente não acumular coisas desnecessárias.

Os Niyamas são os deveres de um Yogui, ou seja, aquilo que um praticante de Yoga deve fazer:

·         Pureza (Sauca) – com a purificação do corpo e da mente, vem a proteção contra as doenças do corpo e da mente, evitando inclusive pensamentos e sentimentos dolorosos e destrutivos;
·         Contentamento (Samtosha) -  com o contentamento e satisfação com o que se tem e se é hoje, nesse exato momento, podemos experimentar a mais elevada forma de felicidade;
·         Auto superação (Tapas) – não importa como estamos, sempre poderemos nos superar, ir além de nós mesmos. Além do nosso corpo, além dos nossos hábitos, doenças e limitações. Nós podemos romper os padrões mentais e emocionais de nossas crenças e memórias e de tudo o que nos impede de ser felizes.  Para isso a austeridade, a persistência é um ingrediente indispensável.
·         Autoestudo (Swadhyaya) – através da auto-observação aprenderemos mais sobre nós mesmos. Como quem observa o leito de um rio, sem impedir que suas águas fluam e sem seguir seu fluxo, podemos nos observar sem apego e sem julgamento, com o intuito único de nos conhecermos melhor e descobrir como que as coisas acontecem dentro de nós. Assim, ao observar e estudar a nós mesmos, aumentamos a possibilidade de nos transformarmos e de transcender nossa autoimagem e chegarmos mais próximos de quem realmente somos. Experimente fechar os olhos durante alguns minutos, com imparcialidade e desprovido de objetivo e julgamentos, observe seu corpo, suas percepções e seus pensamentos. Essa é uma prática simples, acessível a todos e que permite a autoanálise que possibilita ganhar um espaço para começar a perceber aquilo que você é e aquilo que você acha que é.
·         Entrega (Ishwarapranidana) – Introspecção, introjeção a ponto de perceber que tudo que não há como acumular, é preciso entregar os frutos das ações, o passado, o futuro, a própria vida àquilo ou àquele que se considera sagrado ou  à lei de ação e reação (karma).


                                                                                      Por Fernanda Haskel

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